Psicossociologia da Saúde

9 - A ENTREVISTA DE PESQUISA Como lembram Blanchet e Gotman (1992): “entrevistar alguém, mais do que questionar, é uma experiência, um acontecimento singular, que podemos dominar, codificar, padronizar, profissionalizar, gerir, desencorajar, na medida do possível, mas que comporta sempre um certo número de incógnitas (e portanto de riscos) inerentes ao facto de se tratar de um processo interlocutório, e não apenas de uma recolha de informações”.

A entrevista de pesquisa de científica pode apresentar-se de duas maneiras antagónicas. Num caso analisa-se, com um objectivo de pesquisa, uma entrevista clínica realizada com um outro objectivo. Aqui segue-se uma linha naturalista com base na qual se realiza um trabalho retrospectivo. Num outro caso pode também tratar-se de uma entrevista cujos objectivos são pré-definidos e que é realizada para um tipo de recolha predefinida. Pode dizer-se então que a recolha de dados é submetida a alguma forma de padronização que corresponda aos critérios de validade da recolha dos dados e de validação de respostas. Em ambos os casos levantam-se problemas deontológicos, éticos e jurídicos. Além da protecção das pessoas submetidas a entrevistas de pesquisa (em psicologia) e dos artigos do Código Deontológico que lhe estão associadas, a pesquisa clínica levanta outros problemas como a natureza do consentimento, o interesse da pesquisa para o doente…

A recolha planificada de dados por meio de entrevista clínica A entrevista clínica é um meio de inquérito bastante utilizado e o mais indicado na abordagem de certos problemas. O tipo e o modo como esta é orientada depende dos objectivos da investigação clínica. O material clínico é alvo de vários tratamentos que possibilitem daí retirar conclusões essenciais à investigação científica.

Propriedades da entrevista A escolha da entrevista depende do sujeito que é entrevistado. A entrevista é, em matéria de pesquisa clínica, o método mais interessante quando se dedica ao