Psicopatas: do homicida ao executivo
PSICOPATAS: DO HOMICIDA AO EXECUTIVO
A psicopatia abrange desde casos extremos, como os serial killers, até mais brandos, caracte rizados por pessoas aparentemente comuns, mas com personalidade fria e calculista. Para a medicina, eles são incapazes de sentir emoções. Não sabem o que é remorso ou culpa.
Profissionais da dissimulação e da mentira; sedutores que fazem qualquer coisa para ter seu objeto de desejo, não importando se, para isso, tenham que beijar alguém ou cometer um crime: o significado é o mesmo. Eles têm um mal que a psiquiatria classifica como transtorno de personalidade anti-social, mais conhecido como psicopatia.
O que poucos sabem é que, em casos considerados mais brandos, o psicopata pode não ser um assassino, não se assemelhando ao estereótipo mostrado nos filmes de Hollywood. Ao contrário, este indivíduo, aparentemente, tem um comportamento normal sendo, até mesmo, extremamente agradável no convívio. Não se admire se ele for seu vizinho, colega de trabalho ou até mesmo seu filho.
Estudo realizado pelo canadense Robert Hare, um dos maiores especialistas no tema em todo o mundo, aponta que a psicopatia está presente em aproximadamente 1% da população geral, podendo chegar a 20% na carcerária. Mas há divergências. De acordo com os neurocientistas Jorge Moll e Ricardo de Oliveira-Souza – autores de um estudo que classifica a psicopatia como um mal que afeta áreas do cérebro responsáveis pela identificação da moral –, considerando-se um grupo de cem homens, de três a cinco possuem esse tipo de disfunção.
No Brasil, isso significa dizer que cerca de seis milhões de brasileiros do sexo masculino sofrem deste problema. “Não há variação significativa entre classes sociais e os dados não são precisos quanto à predominância em mulheres”, explica Jorge Moll. Segundo ele, existem vários graus de psicopatia. “O indivíduo com esse distúrbio pode ser desde o golpista que falsifica cheques até o homicida”, explica.
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