Psicologia
Andréa Vieira Zanella2
Universidade Federal de Santa Catarina
O presente trabalho, de cunho eminentemente teórico, propõe-se a analisar a contribuição de quatro estudos (dois na literatura nacional e dois na literatura estrangeira) que tratam do conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), com o objetivo de se esboçar uma definição deste de forma mais adequada à sua complexidade, notadamente para a situação escolar.
Cabe mencionar que a opção por um trabalho de cunho teórico decorreu da necessidade de investigar a produção científica sobre o tema em questão. A literatura disponível indica, na verdade, um interesse empírico crescente, por parte de muitos pesquisadores, sobre a ZDP. No entanto, o fato de não se dispor, na literatura brasileira, de uma revisão teórica e interpretativa do referido conceito dificulta, ainda mais, a compreensão e as possibilidades de uso desse conceito em contextos variados.
A RELAÇÃO DESENVOLVIMENTO/APRENDIZAGEM E O CONCEITO DE ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL: BREVE RESGATE HISTÓRICO
Sem sombra de dúvidas, uma das maiores contribuições do soviético Lev Semionovitch Vygotsky (1896-1924) para a Psicologia e a Educação consiste na forma original com que compreendeu a relação desenvolvimento/aprendizagem e a criação do conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal. Sua matriz epistemológica básica, o materialismo histórico e dialético, considera que, ao produzir o meio em que vive, o homem se produz; ou seja, o homem é determinado historicamente mas é, simultaneamente, determinante da história. Neste sentido, Vygotsky considera que o desenvolvimento e a aprendizagem interrelacionam-se desde o nascimento da criança, isto é, a constituição do sujeito é um movimento dialético entre aprendizagem e desenvolvimento.
Tal proposição colocava-se na contramão em relação às concepções vigentes na época: ambientalistas, que por não