Psicologia

1223 palavras 5 páginas
Quando se trata de lentamente incutir, no espirito das multidões, ideias e crenças, são diferentes os métodos dos condutores, recorrem sobre tudo a três processos: a afirmação, a repetição e o contagio. A afirmação pura e simples, livre de todo raciocínio, e de toda prova, constitui um meio garantido de fazer uma idéia penetrar no espírito das multidões. Quanto mais concisa, desprovida de prova e de demonstração for a afirmação, mas autoridade ela terá. Pela repetição a coisa afirmada chega a se estabelecer nos espíritos a ponto de ser aceita como uma verdade demostrada. O contágio não exige a presença simultânea de indivíduos em um mesmo ponto; pode se dar a distância sob a influência de certos acontecimentos que orientam os espíritos num mesmo sentido e lhes ofereçam as características específicas das multidões, sobretudo quando já estão preparados pelos fatores longínquos. Por isso toda opinião que se tornou popular acaba por se impor às camadas sociais elevadas, por mais visível que seja o absurdo da opinião triunfante. Essa reação das camadas inferiores sobre as camadas superiores é ainda mais curiosa porque as crenças da multidão quase sempre derivam de alguma idéia superior, que geralmente não chegou a ser influenciada no meio em que surgiu. Se as opiniões propagadas pela afirmação, a repetição e o contágio são muito potente é porque acabam adquirindo o misterioso denominado prestígio. O prestígio pode englobar certos sentimentos tais como admiração e o temor, que inclusive constitui às vezes sua base, mas pode perfeitamente existir sem ela.
O prestígio é uma espécie de fascínio que um indivíduo, uma obra ou uma doutrina exercem sobre o nosso espírito. É um fascínio que paralisa todas as nossas faculdades críticas e nos enche a alma de admiração e respeito. Os sentimentos que então suscita são, com » todos os sentimentos, 'inexplicáveis, mas pertencem, provavelmente, ao mesmo tipo a que pertence a sugestão que um indivíduo magnetizado sofre. O prestígio é

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