Psicologia
O problema da fé e da razão refere-se ao embate do cristianismo com a filosofia. Este choque entre crença e pensamento, remonta aos primeiros tempos do estabelecimento da religião cristã. O apóstolo Paulo já é um exemplo, quando tenta converter os gregos, aproximando-se de sua filosofia.
Posteriormente, em outra fase de sua atividade apostólica, o primeiro pregador do cristianismo ataca a filosofia, considerando-a um conhecimento que não leva ao Cristo. Esta atitude de por um lado tentar uma composição com a filosofia e por outro lado confrontá-la, estará presente em toda a história medieval da Igreja. Um dos primeiros cristãos a valer-se de expressões originárias da filosofia em suas pregações e escritos religiosos foi Clemente de Alexandria (150-215). Este bispo utilizou-se, por exemplo, da expressão gnosis (conhecimento), o que influenciou a formação de uma seita cristã conhecida como gnósticos. Outros membros da Igreja, como Tertuliano, Cipriano, Hilário de Poitiers e Ambrósio, mais tarde chamados de ‘’ padres da Igreja’’ por terem contribuído para estruturar sua doutrina, também se ocuparam da filosofia. Todavia o maior expoente desta época, que mais tarde foi chamado de período da filosofia patrística (referente a época dos ‘’ pais’’ da Igreja), foi o filósofo e teólogo Agostinho de Hipona (354-430). Se a filosofia Patrística representa, desde o seu início, o esforço de unir a filosofia (razão) a fé (cristianismo), Agostino foi o pensador que mais se destacou neste esforço. O período em que vive é caracterizado na história da filosofia como uma época em que domina o pensamento cético. De uma maneira geral, a filosofia está em uma fase de baixa criatividade e a única exceção é a filosofia de Plotino. Foi Agostinho quem, dentro da filosofia, restaurou a certeza da razão, utilizando-se da certeza oferecida pela fé. O filósofo parte do pressuposto bastante aceito pelo pensamento da época de que o homem e seu intelecto, sendo