Psicologia
A Psicologia como Profissão: Entrevista com Ana Bock
Ana Bock
Ana Mercês Bahia Bock, Doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde leciona e desenvolve pesquisas, com ênfase em Psicologia sociohistórica, atuando e pesquisando principalmente nos seguintes temas: Psicologia, educação, Psicologia sociohistórica, profissão e compromisso social e dimensão subjetiva da desigualdade social. Foi presidente do Conselho Federal de Psicologia por três gestões. Preside o Instituto Silvia Lane – Psicologia e Compromisso Social e é, atualmente, secretaria executiva da União Latino-americana de Entidades de Psicologia.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Ana Bock – O trajeto da Psicologia pode ser sintetizado como o de uma profissão comprometida com interesses da elite brasileira – que, de certa forma, é responsável pelo ingresso e desenvolvimento da Psicologia no Brasil – até o momento atual, que pode ser chamado de momento de compromisso ou, pelo menos, do começo do desenvolvimento de um projeto de compromisso com as necessidades da maioria da população brasileira, com uma vontade clara, entre os psicólogos, de uma inserção maior. Isso não quer dizer que haja um único tipo de inserção, pois há uma tensão sobre como seria essa inserção. Entretanto, pode-se dizer que todos os psicólogos atualmente gostariam que a Psicologia tivesse inserção maior na sociedade brasileira, o que significa efetivamente um compromisso maior com outros segmentos da sociedade.
As pesquisas têm mostrado que os psicólogos gostam muito da profissão, que se mantêm registrados no Conselho mesmo sem trabalhar na profissão, porque eles imaginam que um dia vão exercê-la. Os cursos de Psicologia têm baixos índices de evasão e de inadimplência, o que mostra um vínculo, e isso tem refletido o interesse por maior inserção.
Iracema Neno Cecílio Tada – No começo da profissão, quais