Psicologia
Psicol. cienc. prof. v.19 n.2 Brasília 1999 A psicologia (e os psicólogos) que temos e a psicologia que queremos: reflexões a partir das propostas de diretrizes curriculares (MEC/SESU)para os cursos de graduação em psicologia
Eliana Perez Gonçalves de Moura
Psicóloga, Mestre em Psicologia Social e Personalidade, Docente da Escola de Psilcologia-UC Pel
Endereço para correspondência
Desde 1994, o corpo docente da Escola de Psicologia, da Universidade Católica de Pelotas (RS), vem desenvolvendo sistemáticas discussões a fim de elaborar o Projeto Político-pedagógico do curso.
Durante este processo, a partir da proposta da Comissão de Especialistas no Ensino da Psicologia, testemunhamos e acompanhamos uma mobilização, sem precedentes, no sentido de propor uma orientação generalista para a formação do psicólogo, a qual converge com nossos anseios.
O presente artigo é fruto das reflexões suscitadas neste processo e representa uma contribuição para esse debate, na medida em que, nele me insiro duplamente implicada: enquanto psicóloga e docente da área da Psicologia.
A Comissão de Especialistas no Ensino da Psicologia, constituída pelo MEC/SESU a partir do Edital 04/97, ao elaborar a sua proposta de diretrizes curriculares para os cursos de graduação, inadvertidamente, promoveu um amplo, produtivo e necessário debate tanto no âmbito dos cursos de formação em Psicologia, quanto no âmbito das entidades de representação dos psicólogos, em geral.
Como resultado das mobilizações, destaca-se a articulação e convergência em torno da opção por uma formação generalista. Nesta, o objetivo será formar psicólogos-cidadãos comprometidos com a realidade social, atuando enquanto agentes de transformação, na direção da construção de uma sociedade mais justa e democrática. Para tal, propugna-se uma formação que propicie e favoreça a preparação de profissionais que reflitam e critiquem, amplamente,