psicologia
Texto da aula:
Prado Jr., Caio. “Vida Social e Política”. In: Formação do Brasil Contemporâneo: Colônia. 19ª edição. São Paulo, Brasiliense, 1986, pp. 341-377.
Texto complementar:
Fernandes, Florestan. “A sociedade escravista no Brasil”. In: Circuito Fechado. São Paulo, Globo, 2010, pp. 33-95
“Observamos nos seus diferentes aspectos esse aglomerado heterogêneo de raças que a colonização reuniu aqui ao acaso, sem outro objetivo que realizar uma vasta empresa comercial, e para que contribuíram conforme as circunstâncias e as exigências daquela empresa, brancos europeus, negros africanos, indígenas do continente. Três raças e culturas largamente díspares, de que duas, semibárbaras em seu estado nativo, e cujas aptidões culturais originárias ainda se sufocaram, fornecerão o contingente maior; raças arrebanhadas pela força e incorporadas pela violência na colonização, sem que para isso se lhes dispensasse o menor preparo e educação para o convívio em uma sociedade tão estranha para elas; cuja escola única foi quase sempre o eito e a senzala” (341).
“Raça e indivíduos mal se unem, não se fundem num todo coeso: justapõe-se antes uns aos outros; constituem-se unidades e grupos incoerentes que apenas coexistem e se tocam. Os mais fortes laços que mantêm sua integridade social não serão senão os primários e mais rudimentares vínculos humanos, os resultantes direta e imediatamente das relações de trabalho e produção: em particular, a subordinação do escravo ou do semiescravo ao seu senhor” (341).
“Para constatar o acerto da observação [observação de Alberto Torres sobre a escravidão como setor organizado], basta-nos comparar os setores da vida colonial em que respectivamente domina uma e outra forma de trabalho, escravo ou livre. À organização do primeiro, à sua sólida e acabada estruturação e coesão, corresponderá a dispersão e incoerência do outro. Vimos estes dois aspectos da sociedade colonial: de um lado o