psicologia
Em 1913 um psicólogo italiano chamado Mario Ponzo (1882 -1960) apresentou uma ilusão geométrica simples. Essa ilusão recebeu o seu nome: ilusão de Ponzo. Se você olhar a Figura 1, verá que as linhas amarelas parecem ter tamanhos diferentes, mas com um olhar mais atento perceberá que elas possuem o mesmo tamanho.
Dê mais uma olhada na ilusão. Ela parece forte, não é? Mesmo você sabendo que as duas linhas paralelas têm o mesmo tamanho, fica difícil acreditar nisso.
Qual a chave dessa ilusão?
As linhas verticais convergentes indicam distância por meio da perspectiva (as linhas convergem no horizonte). Elas fazem parte do que chamamos de indícios pictóricos de profundidade, que fornecem informação de distância ao observador numa imagem, como as linhas convergentes do trilho na Figura 1.
A chave da ilusão de Ponzo é que as linhas oblíquas convergentes indicam distância na imagem, como se elas convergissem no horizonte. Então, ao se colocar duas linhas paralelas de mesmo tamanho a de cima parecerá estar mais distante e dessa forma será percebida como maior.
Leibowitz e colaboradores testaram isso. Eles variaram as pistas de perspectiva na ilusão de Ponzo e as apresentaram para estudantes da Pensilvânia (uma grande cidade dos EUA) e Guam (uma pequena ilha do Pacífico que pertence aos EUA). A diferença entre os dois grupos é que Guam fica num território mais plano e pequeno, então, esse grupo poderia ter um desempenho diferente por conviver com menos influência dos indícios de profundidade (naturais e artificiais). O resultado foi interessante: a ilusão foi maior no grupo da Pensilvânia. Esse e outros estudos¹ apontam que as experiências prévias com pistas de profundidade influenciam a força da ilusão
Como vocês devem ter notado, as ilusões (como a de Ponzo, grade de Hermann e imagens híbridas) são um excelente material para se estudar como funciona nosso sistema sensório-perceptual.