Psicologia
A contemporaneidade, não diferente da antiguidade, ainda explica o mundo miticamente, isto é, de acordo com a tradição cultural de um povo, apelando sempre ao sobrenatural, a divindades e deuses. Sabe-se, porém, que existem outras teorias, aceitas por muitos, voltadas ao entendimento da realidade, míticas ou baseadas em causas naturais. A insatisfação com o mito explicando o real, tendo como fontes fenômenos inexplicáveis, levou, portanto, ao início de um pensamento filosófico-científico, que buscava, pelos primeiros filósofos, explicar o mundo natural (physis) baseando-se somente em causas naturais. Este pensamento foi reconhecido, porém, não rompeu com o mito, quando a civilização micênico-cretense na Grécia começou a decair, pois tinha como base uma estrutura monárquica divina, além de serem criadas cidades-Estado que permitiam participação de cidadãos ativamente na política. Aristóteles afirma que Tales de Mileto deu início ao pensamento filosófico-científico por, não somente pertencer a um importante ponto comercial (Mileto), onde várias culturas conviviam, inclusive harmoniosamente pelo interesse comercial, entre si, como por ser o primeiro a adotar um arqué (elemento primordial) para servir como ponto de partida para todo o processo racional em busca de explicar o mundo. Sem a arqué, haveria um ciclo vicioso para esclarecer as causas de um fenômeno, isto é, esse poderia ser considerado efeito de outra causa e assim por diante. Os discursos (logos) dos filósofos baseiam-se numa noção racional, isto é, ordenada, relacionada ao kosmo e opondo-se ao caos, assim como possuem um caráter crítico. O pensamento filosófico-científico não é absoluto ou aceito dogmaticamente, mas estava aberto à questionamentos ou correções, contanto que justificados e que pudessem ser novamente submetidos à críticas. Este fato pode ser exemplificado pela divergência de arqués de Tales de Mileto e seus seguidores, o primeiro