psicologia

[Do olhar]
“As coisas grandes precisam ser julgadas com grandeza de espírito; do contrário, atribuiríamos às coisas defeitos que são nossos. Assim, uma vara reta, quando está imersa na água, parece curva e quebrada a quem a observa. O que conta é não apenas o que olhas, mas de que modo olhas: nosso espírito se ofusca ao olhar a verdade”. (Sêneca, Cartas a Lucílio)
(cf. Giovanni Reale. O saber dos antigos – terapia para os tempos atuais, p.211. 2ª ed. São Paulo: ed. Loyola, 2002.

Quando li esse texto, logo me veio na cabeça algumas coisas: “amadurecimento; cada um enxerga a vida do jeito que quiser; a verdade dói”.
Concordo plenamente com o texto. Na primeira frase, pensei logo em um relacionamento. Nós precisamos ser muito maduros para viver com outra pessoa, para se entregar e entregar a própria vida a alguém. E isso muitas vezes não acontece. Em uma briga, por exemplo, se a pessoa não tem maturidade, nunca vai conseguir se entender com o outro, vai sempre ver e fazer o que quer sem pensar no outro, em outras possibilidades. Enxergando apenas o que quer enxergar. Para mim, pessoas desse tipo acabam se tornando pessoas individualistas, que muitas vezes acabam sozinhas.
Na parte “O que conta é não apenas o que olhas, mas de que modo olhas”, concordo também porque, quando, por exemplo, a pessoa está mal com pensamentos negativos ela passa a enxergar as coisas de um outro modo também, parece que é um ciclo... que vai fazer você ir ficando mais mal ainda... já quando se está bem,realizada somos pessoas mais leves e naturais. E acabamos sempre tentando entender o outro.
E na última frase “nosso espírito se ofusca ao olhar a verdade”. Ultimamente, venho falando muito dessa frase, ”a verdade dói”. Impressionante como as pessoas fogem da verdade, e procuram se relacionar com pessoas que “abaixam” a cabeça para elas, que concordam com tudo. Realmente, deve ser muito difícil ouvir o que não se quer ouvir. Nesse contexto, para mim entra a questão do amadurecimento.