Licenciado em língua espanhola
Quando uma carta é destinada especificamente a alguém, só quem a recebe tem o direito de torná-la pública. Quem a escreveu não pode expor o conteúdo, bem como nenhuma outra pessoa tem o direito de abri-la, a não ser o destinatário. A lei garante a sua inviolabilidade. Uma carta aberta, ao contrário, tem outro fim. Ela é um meio bastante empregado quando se quer falar de forma pública a alguém, a um grupo ou organização.
É muito comum vermos cartas abertas publicadas na imprensa, nas redes virtuais ou em qualquer outra mídia, pois a finalidade é essa mesmo: dar a conhecer a todos o seu teor. É tão significativo que Paulo utiliza a metáfora, simbólico, para expor aos cristãos de Corinto o que eles eram: carta de Cristo, escrita pelo Espírito de Deus e lida por todos os homens. Nada mais, portanto, do que uma carta aberta.
A verdade, aqui, se subentende é que nós, como cristãos, estamos sendo todos os dias expostos ao mundo. Estamos sendo lidos em cada ato que praticamos, com todos os significados que a escrita revela. Não somos uma carta fechada e selada, cujo conteúdo é desconhecido e que só pode ser aberta pelo destinatário. Não há como nos escondermos, não importa onde estamos e aonde chegaremos. Somos espreitados a cada dia pelos que nos cercam. Lembremo-nos: somos uma carta aberta. As linhas de cada parágrafo estão sendo lidas por todos. Resta agora perguntar:
Quem está a escrever esta carta, que somos nós? Da resposta, dependerá o conteúdo do que está sendo escrito. Aos cristãos de Corinto, o apóstolo afirmou que eram cartas de Cristo, escritas pelo Espírito Santo. Podemos ter a mesma certeza a nosso respeito? Uma das maneiras de se conhecer a autoria de um manuscrito é pela caligrafia. Será que a caligrafia da nossa carta revela o Espírito Santo como o autor? Que Ele use a sua caneta para escrever o que quiser nas linhas de nossa vida.