Por mais que o discurso atual da saúde atenha-se ao aspecto multidisciplinar da mesma, é mais do que claro que este conceito e a também chamada “interdisciplinaridade” não passam de sínteses vagas e que na prática sua aplicação é praticamente inexistente. Apesar de o discurso posicionar a saúde como um valor biopsicossocial, o cotidiano demonstra outra realidade. Seja por séculos de uma “contaminação intelectual” que sempre colocou o médico no topo de uma cadeia hierárquica (inexistente), seja pela própria classe que sempre faz questão de se colocar em uma posição privilegiada em relação aos demais profissionais, o fato é que o modelo de saúde sistematizado por esta ordem é o que direciona o que é considerado “estar saudável”. É por este motivo que na maioria das vezes as outras “formas” de saúde são relegadas a segundo plano, estando entre elas a Psicologia. Mas para que esta situação mude e uma nova forma de saúde se torne prioridade inúmeras mudanças devem ser promovidas. No que concerne a Psicologia, um dos principais pontos vigentes é o dever de ampliar o campo de visão da Saúde com relação ao fazer psicológico, desmistificando a posição do psicólogo como um profissional restrito a situações especificas, para uma perspectiva de atuação mais ampliada e que seja adequada às necessidades vigentes em sua área/região de atuação. Além disso, exterminar a visão preconceituosa da sociedade para com o profissional da Psicologia é outra barreira que deve ser quebrada, para que assim se estabeleça uma relação satisfatória entre o profissional e o usuário e consequentemente ocorra o fortalecimento do compromisso social do psicólogo. Dito isto, o papel do psicólogo e ser parte de um todo homogêneo, onde ele irá agregar seu conhecimento ao de uma equipe multifuncional que trabalhe em o prol do bem estar biopsicossocial do sujeito. A teoria é perfeita, mas a prática é completamente diferente, e sendo assim, devemos nos questionar se estamos realmente preparados