Psicologia
Os Sete Foras Capitais
O relógio mostrava 7:30 do dia 11 de outubro de 2010, e Claudinei era arrancado do mundo dos sonhos pelo habitual chamado de sua mãe: “Levanta, Claudinei! Vem tomá café.” Aquele comum protesto que reivindica o direito de permanência na cama dura apenas alguns instantes, ele se levanta tirando as remelas dos olhos, essas remelas eram as vezes tão duras que chegava a espetar o cantinho de seus olhos negros. Ele vai para a cozinha percebendo que não existe em sua lembrança nenhum vestígio do que sonhou durante a noite. Sentou-se numa cadeira na cozinha e apoiou a cabeça na mão com o cotovelo na mesa. Com os pensamentos confusos, só conseguia prestar atenção na própria respiração, por uma ou duas vezes tentou encher totalmente o peito de ar, mas suas tentativas foram frustradas. É como se de manhã o pulmão fosse menor. E com esses pensamentos ali estava Claudinei, olhando para os biscoitos de polvilho numa vasilha de plástico sobre a mesa. – Come bastante, hoje o almoço vai sair tarde. Disse dona Zilda, mãe de Claudinei, este pegou a garrafa de café e despejou o líquido num copo, isso lhe evocou uma vaga lembrança das vezes que ensopava o biscoito de polvilho no café, quando era criança. – Hoje é pru cê i disbrotá café, o véi Duda já foi. Claudinei morava num sitio na linha 164, lado sul, no quilometro 7,5 e ali trabalhava com o Sr. Duda, um homem já de idade, que era tio de seu falecido pai. Sr. Duda sempre morou num paiol nos fundos da casa de dona Zilda. Esse decrépito homem costumava contar histórias do tempo em que era jovem, mas todos diziam que eram mentiras. A pesar de muitos duvidarem do que ele conta, Claudinei acreditava piamente em tudo o que o tio de seu pai falava. Agora já são 8:00 da manhã, Claudinei chega à lavoura para desbrotar os pés de café e logo avista Sr. Duda. – Oooohpá! – Ahóii! – Dia.
– Dia. Claudinei começou a desbrotar no começo de uma fileira de pés de café enquanto o Sr.