Psicologia
A Constituição de uma ciência do homem
Luis Henrique Passador
Professor de Antropologia – Campus Alphaville (UNIP)
Mestrando em Antropologia Social pela UNICAMP
A Antropologia, enquanto ciência, pode ser considerada bastante nova se comparada com outras como, por exemplo, a Física, cuja história remonta à Grécia Antiga, com as primeiras descobertas e sistematizações do conhecimento das leis da Natureza pelo Homem. Não que os filósofos gregos desconhecessem ou deixassem de se questionar sobre a natureza humana. Eles apenas o faziam de uma maneira diferente da que os antropólogos modernos definem como sendo uma abordagem original e característica da Antropologia: o estudo do homem em sociedade, através da observação direta de sua prática cotidiana e compreensão das instâncias sócio-culturais que definem essa prática, emprestando-lhe um significado compartilhado pelos indivíduos que se relacionam entre si dentro de um mesmo espaço historicamente constituído. Assim, se etimologicamente a Antropologia se define como a Ciência do Homem (em grego ANTHROPOS = homem, LOGUS = conhecimento, estudo, ciência), ela vai sempre procurar compreendê-lo enquanto espécie (Homo Sapiens), e enquanto uma espécie que se caracteriza pela formação de grupos sociais, agrupamentos de indivíduos que compartilham de uma mesma história e de uma mesma visão de mundo, e que definem regras de comportamento, convivência e sobrevivência. O conjunto dessas regras é o que se convencionou chamar de CULTURA. Então, todo grupo social, ou sociedade, possui uma cultura que, como já foi dito, define a visão que seus indivíduos têm do mundo em que vivem, definindo formas de atuarem sobre ele. Todo grupo social é também um grupo cultural; toda sociedade possui a sua cultura particular. A Antropologia, como a conhecemos hoje, vai fazer desses grupos o seu objeto de estudo por excelência, procurando estudá-los em suas particularidades e, comparativamente, em relação aos