Psicologia
Isso apenas atesta que o caso Richthofen tem uma força descomunal no imaginário brasileiro. Não bastassem os detalhes macabros do acontecimento, a espetacularização do crime se torna muito maior quando se sabe que Suzane é jovem, bonita, estudiosa e, até então, herdeira de uma fortuna avaliada em R$ 2 milhões. Impossível não tentar entender o que se passa (passou) na cabeça dessa loirinha aparentemente tão dócil, tão meiga, para dar cabo dos pais e destruir a própria vida no processo – a dela e a do homem que ela dizia amar, o então namorado Daniel Cravinhos, que levou junto o irmão Cristian. Sem falar em Andreas, irmão de Suzane, deixado alheio à situação e agora literalmente a peça que sobrou do esquema todo.
Percebam a cadeia familiar. Um apaixonado puxa o outro – Suzane ou Daniel, que seja, convencem-se de eliminar os pais da moça. O rapaz coloca o parente mais próximo no meio, enquanto a garota ignora os sentimentos do caçula em casa e simplesmente some com ele enquanto a trama é tecida numa noite de outubro de 2002. É fantástico demais, rico em sutilezas, em sensibilidades, em pura paixão. É, talvez, um dos crimes mais passionais de que se tem notícia no país – e isso não é espetacularizar o fato, mas dar a ele o seu real significado.
Suzane von Richthofen em foto publicada na revista Época
Citemos um exemplo: ao mesmo tempo em que Suzane e os Cravinhos iam a julgamento, também sentavam no banco dos réus