Psicologia do trabalho
"...considerar que não são apenas as privações materiais que orientam as ações dos indivíduos, mas também as carências que possuem uma dimensão psicológica, ética e moral, que se relacionam com as diversas manifestações de poder e da autoridade e que animam as pessoas a se voltarem contra as formas variadas de opressão e de injustiça" (Leite, 1994, p.32).
Aqui não são apenas corpos doentes, são aparelhos psíquicos discelerados pela falta de qualquer possíbilidade de mudança, de "comida para alma", isto é, dar algum sentido e esperança de ter uma dignidade a ser respeitada, de um desejo alimentado por liberdade e justiça.
Foi apenas através do movimento sindical, ou seja, da manifestação e das forças coletivas que os mineiros encontram formas de reivindicarem seus direitos. Na marcha organizada, na qual percorriam de mina em mina, tanto para fortificar o movimento (parando as máquinas e juntando mais "camaradas"), como também para quebrarem os meios de produção, é que foi possível manifestar um desejo e uma subjetividade individual marcados pelas injustiças e opressão. Acrescentando, "o aspecto subjetivo deve ser considerado também como parte integrante das condições objetivas do trabalho"(Leite, 1994, p.34), assim, quando não se pode manifestar esse carater subjetivo por manifestações individuais, pois não representam força suficiente para mudanças, são as subjetividades coletivas que se determinam de representá-las.
"Desprovido de uma orientação humanamente significativa, o capital assume, em seu processo, uma lógica onde o valor de uso das coisa foi totalmente subordinado ao seu valor de troca. O sistema de mediações de segunda ordem passou a se