Psicologia do inconsciente
Prefácio à 1ª edição ESTE pequeno trabalho 1 surgiu no momento em que, a pedido do editor, comecei a rever, para ser reeditado, o artigo Neue Bahnen der Psychologie (Novos rumos da Psicologia), publicado em 1912 no Raschersches Jahrbuch (Anuário de Rascher). O trabalho apresentado aqui é, portanto, aquele mesmo, modificado na sua forma e ampliado. No artigo em questão, limitava-se a mostrar um aspecto essencial da interpretação psicológica introduzida por Freud. Com as numerosas e importantes modificações sofridas nos últimos anos pela psicologia do inconsciente, fui obrigado a alargar consideravelmente o âmbito daquele primeiro artigo. Vários trechos sobre Freud foram reduzidos e substituídos por considerações tiradas da psicologia de Adler. Além disso, dentro da orientação geral e na medida em que coubesse nos limites deste trabalho, introduzi os meus próprios pontos de vista. Devo prevenir o leitor de que a complexidade da matéria vai exigir um grande esforço de paciência e atenção. Também quero deixar bem claro que este trabalho não pretende encerrar o assunto nem esgotar os argumentos. Isso demandaria exaustivas teses científicas sobre cada um dos problemas específicos aqui abordados. Quem quiser aprofundar-se nas questões levantadas, deverá recorrer à literatura especializada. Minha intenção é simplesmente dar alguma orientação sobre as mais recentes interpretações da essência da psicologia do inconsciente. Por considerar o problema do inconsciente de extrema importância e atualidade e Por saber que diz respeito intimamente a todos e a cada um de nós, julguei oportuno colocá-lo ao alcance do público leigo e culto, impedindo que fosse condenado a desaparecer na inacessibilidade de uma revista científica especializada, levando uma existência formal numa obscura estante de biblioteca.
1- Die Psychologie der unbewussten Prozesse, 1917.
Nada mais apropriado do que os processos psicológicos que acompanham a guerra atual —