Psicologia Do Direito 222

CECCARELLI, Paulo Roberto. A psicanálise na cena do crime. Rio de Janeiro, 2013

Nos anos que antecederam o aparecimento da psicanálise, a criminologia vienense era marcada pelo trabalho de Cesare Lombroso que em 1876 publicou O homem delinqüente, ele acreditava poder determinar as características da personalidade do delinquente, assim como o seu grau de periculosidade, estudando a forma da cabeça do indivíduo em questão. Já em 1898 já falava-se de criminalística, a "jovem ciência" como era conhecida,tinha o objetivo de isolar a personalidade criminosa, onde existida duas divisões, a corrente biológica do criminoso nato, , e a tradição sociológica francesa de Durkheim dentro da lógica da "anomia" social.
A partir dos anos 50s a criminologia começa a receber contribuições de diversas correntes de pensamento. Dentre as mais importantes, destacam-se os aportes da neurologia, que resgata a noção do criminoso nato, entendendo o crime como uma expressão de um instinto inato, acrescentado de uma anomalia genética, assim como a corrente de inspiração fenomenológica, ou psicanalítica que via o crime como um fato ao mesmo tempo social e psíquico.
O novo método de investigação e compreensão do psiquismo proposto pela psicanálise que foi publicado por volta do século XXVI logo suscitou um vivo interesse sobretudo devido às insuficiências tanto das explicações psiquiátricas, quanto das sociológicas e biológicas sobre a "mentalidade" do criminoso e de seus atos. Apesar disso, é curioso observar que, ainda hoje, a psicanálise praticamente não é solicitada em instruções judiciais. Provavelmente isso aconteça devido a um pensamento da grande maioria a principio que a psicanálise como recurso é voltado exclusivamente aos doentes, enquanto os criminosos não são doentes, o que acarretaria, como vem acontecendo cada vez com mais frequência, que eles possam escapar à pena. Porem esse recurso não passou totalmente despercebido, tendo seu estudo voltado também a justiça e até mesmo