Psicologia Cognitiva - Pensamento Contrafactual
E não teria acontecido”. Esta linha de pensamento, com raízes na definição de causalidade proposta por David Hume (1748/1910) é central à análise de causalidade contida na teoria proposta por David Lewis (1973), à qual os desenvolvimentos da psicologia nesta área muito devem. Menos preocupada acerca do que é uma causa, do que como é que as pessoas inferem causalidade, a psicologia adoptou, com base no conceito de simulação mental de mundos alternativos, uma perspectiva contrafactual da causalidade, sublinhando que o pensamento contrafactual influencia de duas formas a produção de conclusões causais acerca dos acontecimentos (e.g. Kahneman & Miller,
1986) e das pessoas (e.g. Lipe, 1991). A primeira fonte de informação resulta de a reversão contrafactual dos acontecimentos indicar o candidato causal desses acontecimentos. Quando dizemos que “se tivesse conduzido com menos velocidade o acidente teria sido evitado”, revertendo mentalmente este acontecimento através da X remoção contrafactual do excesso de velocidade, indicamos que a causa desse acidente foi o excesso de velocidade. Uma segunda fonte de informação para a conclusão causal, resulta de o pensamento contrafactual se constituir como um teste de verdade causal. Se a remoção contrafactual de um antecedente não for capaz de reverter um acontecimento, estamos na presença de uma co-ocorrência e não de uma relação causal. Pelo contrário, se a remoção contrafactual de um antecedente se mostrar eficaz na remoção do acontecimento, então a relação estabelecida entre o antecedente e o acontecimento, é de natureza causal.
Esta linha teórica encontrou, na psicologia, suporte experimental através dos estudos de Wells e