Psicologia aplicada as organizações
Com temática marcante nos estudos organizacionais e amplo conteúdo acerca dos contextos social, econômico e cultural relacionado à divisão sexual do trabalho na sociedade contemporânea, a obra Diversidade Sexual e Trabalho, sob organização de Maria Ester de Freitas e Marcelo Dantas, traz uma coleção de doze textos sólidos sobre o tema. Produzida por pesquisadores ligados às áreas de gênero, relações de trabalho e poder e cultura nas organizações, esta obra apresenta diversas pesquisas realizadas em organizações brasileiras, estando estruturada em duas partes. (a) Orientação sexual e trabalho, com textos mais abrangentes sobre orientação sexual. (b) Um agir sexual no trabalho, com casos profissionais acerca de sexo, gênero e orientação sexual relativamente ao trabalho.
Uma das discussões pertinentes na obra remonta ao papel atual da mulher no mercado de trabalho. Designadas antigamente apenas para assumir a ordem do lar e o bem-estar da família, às mulheres era negado o direito de trabalhar, cabendo aos homens o sustento da família, o chamado trabalho produtivo. Logo na infância as meninas tinham uma educação diferenciada: ao brincar de casinha e cuidar de bebês, assumiam desde cedo o papel social posterior da vida adulta. Com as revoluções feministas e a mudança na conjuntura econômica da família, as mulheres iniciaram seu percurso de inserção ou competição no mercado de trabalho dominado pelos homens. Mas mudar essa história não foi tarefa muito fácil.
Em um dos textos se elucida a sexomorfização do trabalho intelectual e da Ciência com a predominância masculina na contribuição científica no Século XX. Naquela época, muitas mulheres cientistas brilhantes foram ofuscadas por estereótipos socioculturais, pois o papel da mulher ainda estava centrado na condição biológica de ser mãe e trabalhadora do lar. Ainda é possível encontrar um tratamento diferenciado entre homens e mulheres, no que se refere ao conhecimento intelectual –