psicanalista
Só no final do século XVII, na origem das grandes transformações dos costumes entre a idade média e os tempos modernos que a educação começa a privilegiar crianças e adolescentes. Foram homens detentores da autoridade,da razão e do saber que compreenderam a particulariidade da infância e a importância tanto moral como social da educação; e da formação das crianças em instituições especiais adaptadas a esta finalidade.
Vários métodos educacionais foram inventados no decorrer dos séculos. Em alguns, a palavra da criança não se escutava, não podendo haver nenhuma manifestação de seu desejo. Ficando a criança como modelo em função dos ideais de seus pais e professores. E em outros, ditos liberadores, os educadores não tinham a preocupação de transmitir conhecimentos, as crianças não eram obrigadas a aprender. A criança diante de um educador abstinente, se absterá de fazer qualquer pergunta. Já que no processo educativo a criança identifica-se com o educador. Isto também não é uma exigência educativa para produzir seres modeladores, fonte de um controle ainda maior para gerar mais alienação ainda?
No início de nosso século, neste novo elo social da criança educada, disciplinada, futuros homens para uma sociedade harmoniosa, surge Freud com a psicanálise operando no sentido oposto ao dos ideais. Por sermos seres falantes, seres de linguagem, o mal-estar na cultura é incurável - não se pode adotar um ideal da adaptação. Por isto nenhuma pedagogia, nenhuma ortopedia da civilização, nenhum governo poderá prometer um bem supremo para o ser falante.
Nem a educação, nem a psicanálise poderá prometer um bem.