práxis marxista
Os filósofos apenas interpretaram o mundo de diferentes maneiras; agora é preciso transformá-lo” Karl Marx
Frase bastante manjada nas oratórias, porém, pouco lida. A 11ª , e última, tese sobre Ludwig Feuerbach, encontrada num apêndice minúsculo, sintetiza a essência do pensamento do filósofo.
É preciso, claro, estar a par da filosofia marxista para melhor compreendê-la. Para Marx, o auge da filosofia, seu ápice, termina em Georg Wilhelm Friedrich Hegel. O problema filosófico de saber se existe ou não uma verdade objetiva e se o homem é capaz ou não de absorvê-la, está findado: "É na prática que o homem tem de demostrar a verdade, isto é, a realidade"; outra frasezinha do mesmo minúsculo texto.
Marx, portanto, dá ênfase epistemológica à "práxis"; em detrimento da contemplação. Aqui o filósofo alemão rompe radicalmente com a mais antiga tradição filosófica comumente identificada como a própria natureza da filosofia: A contemplação.
É verdade que nenhum homem contempla puramente; assim, também verdade, como não é puramente prático. Mas o que distingue os homens dos demais animais é, exatamente, que estes não estão submetidos a um movimento prático determinista, como a formiga, que instintivamente labora à colônia, predisposta a cooperar socialmente sem abstração profunda de seu ato, sua vida, sua subjetividade.
O homem, não. O homem reflete, pensa, usa a razão. Colocando-se sobre a problemática de sua existência frente à realidade do universo; pretendendo, muitas vezes, através desta mesma razão, procurar respostas "meta-empíricas", "meta-universais", "meta-práticas".
Característica inerentemente humana. O homem, obviamente, não é pura contemplação, como acima referido, correndo o risco, como pressupunha Feuerbach, de alienar-se desta realidade. Mas o que garante que não esteja o homem alienando-se através da "práxis"?
É certo que o homem pensa e age, como dizia Aristóteles. E não se fossiliza perante a dúvida