Prática de Interpretação

571 palavras 3 páginas
Denominado Mito e História, o primeiro bloco tem esse título por apresentar textos mitológicos (ou então textos que se relacionam a eles) com grande relevância histórica. Chamo-os de textos mitológicos por se encaixarem no conceito de que mitos seriam narrativas normalmente inventadas para explicar fatos sociais ou naturais. O 7º capítulo d’A República de Platão, por exemplo, chamado de Mito da Caverna porque é usado para explicar a teoria platônica; o mito de Jesus, descrito na Bíblia, para justificar e sustentar o cristianismo; e, por fim, um texto que questiona a confiabilidade dos escritos bíblicos construídos pelo cristianismo, e problematiza o mito que neles consta.
O Mito da Caverna fala sobre homens, prisioneiros desde o nascimento, acorrentados numa caverna. Eles passam todo o tempo olhando para uma parede na qual, através da luz de uma fogueira, são projetadas sombras. Eis, então, que um dos prisioneiros é forçado a se soltar das correntes, entra em contato com a luz e com o mundo real, e, ao voltar e tentar passar a verdade para os companheiros, é ridicularizado e chamado de louco, até mesmo ameaçado de morte pelos companheiros, que acreditam cegamente na realidade das sombras da caverna. Essa narrativa é uma metáfora que explica a teoria do conhecimento de Platão, segundo a qual os seres humanos só têm o conhecimento da verdade acerca daquilo em que vêem e crêem. Ou seja, se alguém recebe desde sempre determinada informação, esta será, para essa pessoa, significado de conhecimento e verdade absoluta. Como os prisioneiros da caverna que, por verem desde sempre apenas as sombras, passam a crer que elas são a realidade, e se recusam a aceitar algo diferente.
O Mito da Caverna é até hoje um dos textos filosóficos mais lidos, justamente por deixar margem para inúmeras reflexões sobre o que seriam um Estado e uma sociedade ideais, e também sobre as concepções de verdade e conhecimento, bem e mal.
Durante a narrativa do mito, alguns diálogos indicam

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