Provérbios: tradição oral, preconceito racial e identidade negra
Leitura e Produção de textos Científicos
LETRAS – II Semestre – Matutino
Discente: Tiago Calazans Simões
Docente: Marialda Jovita Silveira
Provérbios: tradição oral, preconceito racial e identidade negra
Os provérbios, são quase sempre considerados textos inferiores, é justamente pelo fato de fazer parte da oralidade que muitas vezes passam despercebidos aos nossos olhos desatentos. Os ditos populares são Comumente relegados à posição de “não textos”, o que se mostra extremamente contraditório se pensarmos na força e “peso” que eles carregam. Os ditos Podem denunciar os diversos aspectos ideológicos arraigados na cultura popular, servem como potenciais modeladores e construtores do imaginário social, presentes em diversas culturas, rompendo as barreiras da localidade, os provérbios são “vozes de ninguém”, textos que parecem vir do “nenhum lugar” e que através da sua repetição e ausência de marcas de autoria, acabam adquirindo autoridade e criando pontos de identificação ideológica.
Quanto aos negros, os provérbios têm muito a dizer, demonstrando aspectos quase sempre preconceituosos no que diz respeito à imagem desses povos. Através da contraposição entre o “ser negro” e o “ser branco”, os ditos populares agem muitas vezes enquadrando o negro numa posição marginalizada, ditando os espaços que eles podem ou não frequentar, interdições do que eles podem ou não fazer, criando assim muros, barreiras e fronteiras através do discurso. Muitas vezes proferidos em rodas de amigos, contextos em que não serão levados a sério pelo seu caráter “bem humorado”, esses textos costumam ser breves, rimados e ritmados o que os torna de fácil memorização e acabam não sendo repensados, onde o caráter assertivo do enunciado serve para dá-los valor de “verdade”.
No texto “O discurso proverbial sobre o negro: algumas notas”, escrito por Marialda Jovita Silveira, publicado na 4ª edição da Revista Kàwé, páginas 13 - 18, lançado pela