Prova da ufma-2008
Assistente em Administração
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CONCURSO PÚBLICO PARA PESSOAL TÉCNICO-ADMINISTRATIVO EM EDUCAÇÃO
LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURAS BRASILEIRA E PORTUGUESA
Leia o texto a seguir para responder às questões propostas. Madrasta Sérgio Rodrigues A palavra madrasta está envolta em conotações negativas há tanto tempo que, pode-se argumentar, algo elas devem ter aprontado. Além dos contos de fadas, com Cinderela puxando a fila, ditos populares são testemunhas da antigüidade do problema. Rafael Bluteau, em seu dicionário do início do século 18, registrava os seguintes adágios portugueses: “Madrasta e enteada sempre andam em baralha” (isto é, em conflito, em joguinhos de intriga); e o genialmente sucinto “Madrasta, o nome lhe basta”. Bastará mesmo? Será que o sentido negativo já estava lá no momento da criação da palavra? Madrasta saiu do latim popular matrasta, de significado idêntico: a nova mulher do pai. Trata-se de uma das derivadas de mater, vinda por sua vez da imemorial raiz indo-européia mater-, ancestral tanto do sânscrito mata quanto do inglês mother. A idéia de mater, mãe, matriz, é tão vital na língua que aparece embutida em lugares inesperados – na matéria, por exemplo, ou na madeira. Mas a madrasta, afinal, tem ou não tem um lado escuro desde sua formação? A maioria dos filólogos lava as mãos, mas Antenor Nascentes, nome clássico da etimologia brasileira, aposta que sim. Segundo ele, a palavra latina nasceu como um “despectivo” – forma depreciativa, pejorativa – de mater. Para Nascentes, portanto, nada tem de fortuito o posterior surgimento, em português, da acepção de madrasta como “aquilo que, em vez de proteger, maltrata”, geralmente usada para qualificar a sorte, o destino. Apesar de tudo isso, madrasta má também é um estereótipo grosseiro e injusto, é claro. Em nossa época politicamente correta, está em curso um louvável trabalho para aliviar o termo de sua carga negativa. Qualquer