Protestos, Passeios e Passeatas
Este artigo é uma reflexão sobre as chamadas jornadas de junho – o conjunto de protestos de ruas nas capitais e nas cidades do interior do Brasil. As passeatas são analisadas em suas múltiplas queixas, denúncias e reivindicações, feitas por jovens da velha e da nova classe média, além de apreciar o valor critico da irreverência e bem humorado deboche – especialmente as manifestações críticas contra o machismo, a homofobia e a violência da repressão policial que ocorreram durante os protestos. Discute-se o caráter nacional e internacional das jornadas de junho – pelo prisma da pós-modernidade, da globalização sob direção neoliberal e o papel da comunicação midiática na expressão social, política e cultural das sociedades contemporâneas.
Palavras-chave: protestos, classe média, pós-modernidade, política e comunicação midiática.
Os protestos e as passeatas (e também os passeios de famílias inteiras no meio dos protestos) apresentaram muitas reivindicações. Transporte público bom, confortável, eficiente, barato ou sem tarifa (passe livre ou ainda o fora a catraca); queriam o fim da corrupção e que a polícia prenda, o judiciário julgue e que o condenado seja efetivamente preso; queriam ser ouvidos pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Os professores reivindicaram melhores salários; reclamou-se acesso mais fácil à educação, e maior acesso à assistência médica e hospitalar de qualidade (saúde). Os manifestantes reivindicaram segurança para possam exercer o direito de ir de vir, de não serem assaltados e que a polícia cuidassem de garantir os direitos dos cidadãos e das cidadãs.
E houve protesto contra o projeto da Câmara Federal que autorizaria psicólogos e psiquiatras a tratar como doença a homoafetividade e, como doentes, os homossexuais e as lésbicas – a chamada “cura gay”. Os gays se manifestaram: “Eu não quero cura eu quero pica dura”. As reivindicações eram apresentadas em abundante cartazes e em cartazinhos,