Protestantismo e a teoria de max weber
As transformações da modernidade perpassam o triunfo das aristocracias nacionais sobre o sistema eclesiástico e o triunfo do mundo burguês dentro do sistema social. Nada obstante isto, há algumas teses que abordam o surgimento de uma nova ordem social sob a perspectiva da religião. Tal ponto foi discutido intensamente pelo alemão Max Weber, possibilitando o estabelecimento de bases para se determinar a ética no âmbito da estrutura das mudanças da ordem social moderna.
Primeiramente, as mudanças da época moderna interessam como etapa em direção a um novo conceito de racionalidade. Os fundamentos dessa racionalidade não são mais fornecidos por uma ordem do mundo pré-estabelecida e tradicional, filosoficamente determinada pela metafísica, mas por um mundo humano, filosoficamente determinado pela subjetividade. Nesse sentido, a relação entre capitalismo e racionalidade deve ser estabelecida, sendo esta a questão essencial posta por Max Weber.
É importante destacar que a relação entre o protestantismo e o capitalismo nunca foi posta por Weber como uma relação de causa e efeito, ou seja, não existe a lógica do protestantismo como condição prévia para o capitalismo. O que existe, segundo o autor, é uma mediação entre o capitalismo e a ética específica do protestantismo, criando condições para que o capitalismo se desenvolvesse como forma econômica predominante no Ocidente. Evidentemente, não se devem encarar tais considerações de forma rígida, cabendo registrar que há várias formas transitórias entre o Oriente e o Ocidente, bem como dentro do próprio Ocidente. Também existe capitalistas sem "espírito" e capitalistas em países de diferentes tradições religiosas, o que não retira o mérito de Weber de demonstrar o "espírito do capitalismo" com base nessa interpretação específica do trabalho e na espiritualidade da vida ética e cristã reformada.
Weber, assim, propõe a ética da responsabilidade, como