Plantas parasitas
Maria de Nazareth Baudel Wanderley, autora da obra resenhada, Raízes históricas do campesinato brasileiro, graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (1962), possui especialização em Sciences Sociales du Travail, pelo Institut des Sciences Sociales Du Travail, e, doutorado em Sociologia pela Universidade de Paris X Nanterre. Possui amplo conhecimento e atua nas linhas de pesquisa de Agricultura e Questão Agrária, sob a perspectiva das Ciências Sociais, e na linha de Processos Sociais Rurais e Novas tendências da Agricultura.
A obra analisada, desenvolvida por Maria Wanderley traz inicialmente uma reflexão sobre o conceito de Agricultura familiar, onde, têm-se a família como proprietária dos meios de produção e agente no processo produtivo, sujeita aos estímulos econômicos, sociais e culturais inerentes ao determinado contexto histórico.
Wanderley destaca a importância do caráter familiar na construção e compreensão deste conceito e discute as implicações fundamentais desta estrutura produtiva frente ao cenário de transformações impostas pela sociedade moderna.
De acordo com a autora o conceito de Agricultura familiar é amplo e genérico, pois a combinação entre propriedade e trabalho assume, no tempo e no espaço, uma grande diversidade de formas sociais, ou seja, este conceito abarca diversas formas e situações peculiares, e, dentro destas, surge, por exemplo, o campesinato, compreendido como modo particular de produzir e de viver em sociedade. Nesta lógica, o campesinato constitui uma das formas sociais da Agricultura familiar, que por sua vez, representa um conjunto maior.
Wanderley faz uma breve caracterização das sociedades camponesas tradicionais à luz de importantes estudiosos do tema, como Henri Mendras e Marcel