Resumo: O chamado sistema híbrido de propulsão ainda é relativamente pouco conhecido e pouco utilizado no transporte marítimo comercial em comparação com os sistemas mais conhecidos de propulsão – o Diesel-Mecânico e o Diesel-Elétrico. Também conhecido como sistema Diesel-Elétrico-Mecânico (ou pela sigla DEM), este sistema se mostra uma alternativa bastante interessante para embarcações cujo perfil operacional alterne momentos de alta e de baixa demanda de potência propulsiva, de embarcações que precisem de grande redundância de propulsão mas nas quais a utilização de propulsão diesel-elétrica não seria eficiente, e de embarcações que possuam mais de um perfil operacional distinto. O sistema híbrido atualmente possui um grande potencial de utilização especialmente devido à maior disseminação de sistemas de controle eletrônico embarcados. Por ser um sistema intermediário entre a propulsão diesel-mecânica e a propulsão diesel-elétrica, o sistema híbrido combina os benefícios de cada um dos dois tipos de forma a trabalhar sempre com a maior eficiência possível. Este trabalho combina uma introdução teórica do sistema com a experiência operacional angariada pela Wärtsilä, fabricante de equipamentos e projetista de embarcações de todos os tipos. 1 – Introdução A busca pelo sistema de propulsão mais eficiente para uma embarcação muitas vezes não é tarefa das mais triviais. A dificuldade se apresenta de forma mais clara quando a embarcação em questão possui dois ou mais modos operacionais distintos, e o sistema de propulsão mais adequado para um destes modos acaba por ser menos eficiente para o outro. Sempre coube ao projetista fazer a opção pela configuração mais adequada ao perfil operacional dominante, restando ao armador conviver com a menor eficiência do sistema pelo restante do tempo. Era o tipo de problema do qual não havia escapatória possível, pois projetar é ponderar soluções e assumir compromissos. É possível ver claramente este tipo de compromisso no