propriedades e indicações da lidocaína
Anestésica local
É anestésico local tipo amida, de duração intermediária, que interfere em processos de geração e condução nervosa por reduzir ou evitar aumento transitório da permeabilidade aos íons sódio produzido por discreta despolarização celular da membrana neuronal. Isso ocorre por interação direta com os canais de sódio voltagem dependentes. Pode também bloquear os canais de potássio, neste caso exigindo concentrações mais elevadas. A estabilização reversível da membrana e a inibição da despolarização resultam na falha de propagação do potencial de ação e no subseqüente bloqueio da condução. A progressão da anestesia é relacionada a diâmetro, mielinização e velocidade de condução das fibras nervosas afetadas, de modo que as não mielinizadas e de menor diâmetro são as primeiras a sofrer a ação anestésica local. A seqüência da perda de função da fibra é: dor, temperatura, tato, propriocepção e tônus dos músculos esqueléticos.
O vasoconstritor associado é agonista alfa-adrenérgico, causando vasoconstrição e diminuindo a distribuição do anestésico, o que prolonga sua duração de efeito.
Antiarrítmica
Segundo a classificação de Vaughan Williams é agente do Grupo I B que atua como estabilizador da membrana, diminuindo a velocidade da fase 0 e encurtando a duração do potencial de ação. Diminui a repolarização e não tem efeito na condução. Acredita-se que a lidocaína combine-se com os canais rápidos de sódio (voltagem dependentes). Diminui despolarização, automaticidade e excitabilidade nos ventrículos durante a fase diastólica por ação direta no tecido, principalmente nas fibras de Purkinje, sem afetar o sistema autonômico. As doses terapêuticas não afetam contratilidade, pressão arterial sistólica, velocidade de condução atrioventricular e período refratário absoluto.
Indicações
Como anestésico local:
Bloqueio retrobulbar, anestesia transtraqueal, anestesia intravenosa regional (bloqueio de Bier), bloqueio epidural caudal ou lombar,