Prontos socorros policiais

“Prontos Socorros Policiais”
Por obra e graça da enorme desigualdade social, todos os dias uma enorme procissão de miseráveis acorre as Delegacias de Polícia de todo o Brasil em busca de verem atendidas na verdade suas carências sociais, que se não tratados de forma humanizada favorecerão o surgimento de delitos. Não se tratam de autênticos problemas criminais; brigas entre vizinhos, discussões domésticas entre pais, filhos, cônjuges, envolvimento com uso de drogas, o devastador ” CRACK”, a dependência e o vício do álcool, a falta de comida, conflito entre adolescentes (guangues, bullings), desrespeito em salas de aula, doenças mentais, deficiências físicas, desentendimento em bares, carências afetivas, prostituição, traições amorosas, enfim uma população sedenta de soluções não de litígios, aportam nas noites e madrugadas, nos feriados e finais de semana, os únicos órgãos abertos vinte e quatro horas por dia aos quais tem alcance os mais carentes; os Hospitais Públicos e as Delegacia de Polícia.
Enquanto isso o Estado, omisso na implementação de Políticas Públicas que atendem as necessidades mais básicas da população, preocupa - se mesmo que de maneira precária, apenas com o aparelhamento da polícia que são usados como ”trincheiras” para manter afastada das zonas nobres o que considera escória da sociedade; impetrando a polícia o pejorativo papel de “lixeiro social”, que em muitas situações tolera o abuso de poder dos “maus policiais”, esses que deveriam assegurar o direito e a justiça à todos.
Não se trata de pregar o afastamento da polícia no enfrentamento da criminalidade violenta e grave que assola a humanidade, mas tão somente a estruturação e melhor aparelhamento dos “órgãos policiais”, habilitando-os para agir como “agentes fomentadores da cidadania”, autorizando o Estado á intervenção da polícia nos campos sociais, não apenas na repressão criminal, como temos visto nas bem sucedidas experiências na implantação das UPPS (unidades de polícia pacificadora).