Projeção econômica da economia açucareira
O autor inicia relatando as dificuldades que o governo português encontrou ao chegar ao Brasil, fala também dos incentivos oferecidos aos que se dispunham instalar engenhos para dar início a produção de açúcar no Brasil. A mão de obra utilizada era a indígena, porém encontraram resistência tanto por parte dos índios como também pela Igreja Católica, e essa mão de obra era insuficiente para a produção em larga escala. Os negros africanos só viriam depois que a empresa já estava estabelecida. Negócio prosperou e a quota de produção foi vinte vezes maior do que a esperada. Isso ao fim do século XVI. Ao analisar os custos da produção do açúcar no País, Celso Furtado revela que cerca de 90% da renda gerada pela produção, permanecia na mão do dono do engenho. Boa parte destes lucros era gasto com importação de artigos de luxo europeus.
A produção do açúcar era tão intensa que chegou a ser duplicada a cada dois anos, devido ao forte retorno de capital. Parte da renda não permanecia na colônia.
Cap. 9 - Fluxo de Renda e Crescimento
Processos de formação da renda e de acumulação de capital O que mais singulariza a economia escravista é, seguramente, o modo como nela opera o processo de formação de capital. O empresário açucareiro teve, no Brasil, desde o começo, que operar em escala relativamente grande. As condições do meio não permitiam pensar em pequenos engenhos uma vez em operação os engenhos, o valor destes deveria pelo menos dobrar o capital importado sob a forma de equipamentos e destinado a financiar a transferência dos operários especializados. Mas o que se importava, na etapa inicial, eram equipamentos e a mão de obra européia especializada. O trabalho indígena deve ter sido utilizado, então para alimentar a nova comunidade e nas tarefas não especializadas das obras de instalação. Uma vez instalada a indústria, seu processo de expansão seguiu sempre as mesmas