Trabalho sobre as obras “Formação Econômica do Brasil”, de Celso Furtado e “História Econômica do Brasil”, de Caio Prado Júnior
Em sua obra “Formação Econômica do Brasil”, Celso Furtado faz um panorama do desenvolvimento econômico do Brasil e, no tópico “Projeção da Economia Açucareira: a Pecuária”, relata o início daquela atividade que seria, anos depois, uma das vertentes do crescimento econômico brasileiro, particularmente na sua interiorização.
Inicialmente atrelada ao crescimento da indústria açucareira, a pecuária ganha destaque e cresce a ponto de poder ser considerada uma nova atividade econômica, ganhando autonomia com o tempo, na medida em que se distancia da indústria açucareira, localizada geralmente próxima ao litoral.
É bom lembrar que nessa época, o Brasil, enquanto colônia de Portugal, tinha como única atividade econômica somente a indústria açucareira. Furtado também cita como atividade econômica a captura de indígenas para serem utilizados como mão-de-obra nesse início da indústria açucareira, mas essa atividade declina por conta da introdução do negro africano escravizado e de certa forma mais adaptado ao trabalho.
Como a demanda por açúcar por parte dos mercados consumidores, principalmente a Europa, vai se tornando muito grande, o investimento de comerciantes portugueses e outros é cada vez maior nos engenhos de cana-de-açúcar aqui no Brasil.
Para acompanhar o crescimento vertiginoso dessa demanda, faz-se cada vez mais necessário o consumo de lenha para o abastecimento dos fornos. Essa madeira, por sua vez, precisa ser buscada cada vez mais longe do litoral, local onde estão instalados os principais engenhos de açúcar. O meio de transporte principal que é utilizado é o gado, por sua resistência e poder de tração, mas que tem uma vida útil relativamente pequena, de três anos.
Furtado afirma ainda que a compra de gado e de lenha constituíam o principal vínculo entre a economia açucareira e os outros núcleos de povoamento da colônia.