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Introdução:
A história recente do Brasil é marcada pela forte atuação dos movimentos sociais, com especial destaque para o Movimento Estudantil (ME), que esteve presente nos eventos mais importantes para a construção do que chamamos hoje de democracia nacional. Com o discurso impregnado de ideologia e cuja carga argumentativa assemelha-se à propaganda, o discurso do Movimento Estudantil é um campo vasto para a análise lingüística, tanto do ponto de vista estrutural, quanto discursivo.
Desde sua fundação, que coincidiu com a instauração do Estado Novo, os estudantes por meio da entidade passaram a ter uma participação efetiva nos principais fatos políticos do país. Sempre com uma postura crítica e combativa diante do Estado e da sociedade, o ME assumiu um posicionamento esquerdista, baseado no marxismo, nos ideais comunistas.
Aspecto fundamental no discurso político, a argumentação é decisiva para na construção do ME. A língua é o meio essencial para a propagação da ideologia; a política, portanto, depende da língua para acontecer. É o processo argumentativo, construído na relação entre os sujeitos, que vai garantir que a eficácia da persuasão. Isto é, que determinado enunciado seja validade pelos sujeitos que o constroem, legitimando, assim, uma dada idéia perante a idéia que a contrapõe. Daí a necessidade de se estudar a argumentação no discurso político, o processo argumentativo como forma de persuasão e/ou manipulação, bem como as influências ideológicas que perpassam este discurso.
Em textos escritos, as influências ideológicas são ainda mais marcantes. A possibilidade de escolha do léxico e da topicalização, por exemplo, são fundamentais para a construção da imagem que será passada ao leitor. Assim como acontece nos textos de jornais e revistas da grande imprensa, por exemplo, que comumente expressam o ponto