plano real
Na inflação brasileira nenhum dos planos adotados até então surtiu efeito a médio-longo prazo. O plano pode ser visto como tendo duas grandes etapas, sendo a primeira um ajuste fiscal emergencial de preparação da economia, e a segunda, a criação de um mecanismo de indexação progressivo, cujo indexador era a Unidade Real de Valor (URV), que estava vinculado ao dólar em condição de igualdade, cuja cotação na moeda em vigor (Cruzeiros Reais) aumentava diariamente.Antes da implantação do programa de estabilização, a situação política e econômica do país apresentava um conflito distributivo que se contrapunha a um déficit orçamentário. O ideal era que o Plano Real fosse precedido por um amplo ajuste fiscal, que saneasse previamente as finanças do Estado em relação à estabilização existente. A Fase II, do plano, com a criação da URV, do ponto de vista técnico significou uma hiper-inflação virtual, ao alinhar todos os preços da economia em um único indexador. Isso levou a um alinhamento do sistema de preços relativos, além do fato positivo do país ter reservas cambiais suficientes para garantir a sua implantação, resultado de um sofrível aprendizado com o Plano Cruzado. Visando manter o controle inflacionário, o Plano Real foi introduzido com um política monetária restritiva, que consistiu em um limite de curto prazo sobre empréstimos para financiar exportações, exigência de um depósito compulsório sobre novas captações. O Plano Real na sua concepção, estava fundamentado em três âncoras explícitas: Política cambial sobrevalorizada, Política de juros elevados, Política de privatização.Com a valorização cambial, abertura comercial e volume significativo de reservas, criou-se uma camisa de forças para os preços internos. Esta estratégia de estabilização tem efeitos diversos de acordo com a natureza dos produtos. Para os bens tradeables, ou aqueles que são transacionados no mercado internacional (exportáveis e importáveis), esta estratégia é eficiente,