Projeto de pesquisa responsabilidade social empresarial
2. Introdução:
É inegável que o processo acelerado de globalização, iniciado no final do século XX e pelo qual ainda estamos passando, desencadeou uma série de mudanças e tendências no cenário mundial, com reflexos em toda sociedade, seja na esfera social, política ou econômica. Assim, “as mudanças vêm ocorrendo rapidamente, em grande escala e com tamanha visibilidade global nunca antes visto” (INSTITUTO ETHOS apud COMISSÃO SOBRE GOVERNANÇA GLOBAL, 1996, p.5). Novos modelos de produção e de gestão, o desemprego estrutural, a inovação tecnológica, a velocidade da informação e os impactos negativos das atividades econômicas no meio ambiente, são alguns dos fatores que levaram a sociedade a exigir das organizações atitudes que demonstrem não somente preocupação, mas comprometimento com questões sociais e ambientais.
Para Formentini e Oliveira (2003),
“a sociedade cobra das empresas uma atuação responsável e o consumidor tem consciência da efetividade de seus direitos. Portanto, exige-se das empresas uma nova postura que explique suas preocupações com questões sociais (responsabilidade social) e com a ética.”
No que diz respeito ao Brasil, o assunto somente foi inserido na pauta do empresariado a partir dos anos 90, embora já fosse objeto de discussão no âmbito acadêmico dez anos antes. Segundo Alessio (2004, p. 101), tais discussões “trouxeram à tona as peculiaridades da responsabilidade social num país como o Brasil, cuja gravidade dos problemas sociais e a responsabilidade das empresas, seja no agravamento dos problemas sociais, seja na contribuição para o seu enfrentamento, já não podiam mais passar despercebidos no contexto brasileiro”. Nesse cenário, houve a evolução do chamado Terceiro Setor, representado pelas organizações da sociedade