Progressão continuada
Fundação Carlos Chagas • Difusão de Idéias • dezembro/2006 • página 1
VANTAGENS E RISCOS
DA PROGRESSÃO
CONTINUADA NAS
ESCOLAS
Bernardete Gatti: Um país que não tem professores é um país a pé.
d ifusão de idéias
Fundação Carlos Chagas • Difusão de Idéias • dezembro/2006 • página 2
Em entrevista exclusiva para a FOLHA DIRIGIDA a Coordenadora do
Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas e membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, Bernardete Gatti, critica os baixos salários na área educacional e defende a progressão continuada, implantada no ensino estadual no decorrer da última administração, além de abordar outro assuntos considerados polêmicos, como as escolas de lata, a remuneração dos professores no ensino público e os incentivos financeiros promovidos pela administração pública para a área de pesquisas. Veja, a seguir, a entrevista:
FOLHA DIRIGIDA – Em época de eleições para o governo do Estado, um dos pontos mais criticados pelos candidatos de oposição tem sido a progressão continuada.
Afirmam que o modelo promove aprovação automática, mesmo sem assimilação dos conteúdos. O próprio secretário de Educação, Gabriel Chalita, já considerou a possibilidade de rever alguns pontos do modelo. Na opinião da senhora quais os pontos frágeis deste modelo e o que pode ser feito para que seja aprimorado?
BERNARDETE GATTI – Em primeiro lugar eu gostaria de fazer uma consideração de que essas análises são muito superficiais e não são baseadas em dados extensos e sim baseadas na opinião casuística de jornalistas sobre crianças que estavam na quinta série sem saber ler. No entanto esses casos tratados nessas reportagens eram de crianças que freqüentaram a escola antes da implantação da progressão continuada, ou seja, esses problemas vieram do sistema antigo. Há um aproveitamento um tanto problemático de um evento esporádico de um aluno dentre milhões. Esclarecido isto, eu diria que