Progressão continuada x promoção automática

Hoje, muito se discute sobre a progressão continuada, método esse interessante do ponto de vista de uma avaliação contínua do progresso do aluno. Mas o que ocorre nos dias atuais é que a progressão continuada acabou gerando uma promoção automática de alunos que passam para as séries seguintes sem saber ler ou escrever. Um dos fatores geradores é que a avaliação é feita somente no final e não há uma avaliação diagnóstica em processo como deveria ser. Vários são os motivos que inviabilizam essa progressão continuada. O primeiro deles é o fato do aluno passar por vários professores ao longo dos anos no ciclo. Percebe-se que o professor que acompanha o aluno desde o início tem maior chance de identificar e diagnosticar problemas e saná-los ao longo desse ciclo, conseguindo sim uma progressão continuada do processo de ensino aprendizagem. Como bem trabalhado nas nossas aulas, a avaliação visa informar as etapas do ensino e aprendizagem e não quantificar o que meu aluno absorveu de informação/ conteúdo. Esse também é um dos principais fatores que acabam com a progressão continuada: entender que o que se mede são as habilidades e competências apreendidas e não os conteúdos absorvidos. A progressão, desde que bem compreendida e trabalhada, contribui para o desenvolvimento das habilidades e competências do aluno e deixa de ser vista como mero regime de promoção automática que só leva ao insucesso escolar. Ao acompanhar o aluno durante um ciclo, o professor deveria conseguir analisar quais competências e habilidades para a leitura e a escrita foram desenvolvidas, apresentando soluções eficientes para as dificuldades apresentadas. Hoje, muitas escolas estão longe de um método ideal de avaliação, gerando uma educação bancária, segundo Paulo Freire, que acaba dificultando as intervenções corretivas eficientes para uma aprendizagem efetiva e significativa. Dessa forma, antes de discutir a progressão continuada deveria-se repensar a cultura avaliativa atual que gera esse