Progressão Continuada- uma reflexão crítica
A educação no Brasil é um tema que gera muita polêmica ao ser simplesmente mencionado.
A atual estruturação e situação do sistema de ensino brasileiro é de uma complexidade ímpar, demandando criticidade e um garimpo histórico para que possamos olhar com outros olhos a realidade no qual estamos inseridos.
Dentre os assuntos que mais contribuem para acaloradas discussões tanto entre profissionais da educação, quanto entre não educadores é a Progressão Continuada. Trata-se de um tema delicado, que repercute das mais variadas maneiras nos meios de comunicação, suscitando, muitas vezes, percepções equivocadas quanto ao real propósito do programa.
Sabe-se que o sistema educacional encontra-se mergulhado em uma crise, e o que perdura no senso comum é que uma das principais causas da desestruturação da escola decorre da implementação do programa de Progressão Continuada, vulgarmente conhecido como “Aprovação
Automática”.
Em se tratando da crise educacional, Romanelli (1985) argumenta que fatores como o direcionamento de escolas às classes abastadas como mecanismo de estratificação social, incongruências entre o sistema educacional e o desenvolvimento econômico, assim como artifícios políticos, moldam continuamente as instituições escolares, sendo estes, os motivos pelos quais se traduz a famigerada crise. Dessa forma, entende-se que é equivocado atribuir a um programa toda a culpa de um sistema que anda descompassado desde o início de sua formação.
Quanto à Progressão Continuada, segundo Paro (2011), esta foi criada para superar a organização seriada de ensino, onde o estudante era submetido à repetição dos conteúdos anualmente caso não alcançasse o desempenho requerido para aquela série. Não é difícil de verificar que esse método tradicional consiste em uma forma real de estratificação educacional: separa-se os alunos aptos, ou seja, os que “sabem”, dos alunos inaptos, ou aqueles que “não sabem”.
Sendo