Profissão professor
– entre a ‘des’autoridade e a ‘in’segurança –
Numas das aulas de preparação para assinalarmos o Dia do Professor Cabo-verdiano, entre muitos textos produzidos, achei um que fazia referência à profissão do professor como uma “profissão de risco”.
De facto, se formos ver é apenas uma das muitas opiniões pueris em relação ao assunto. Em certa medida, um aluno de 7º ano para chegar a essa conclusão não teve que se esforçar muito isto porque se repararmos as relações entre os professores e os alunos sofreram mudanças profundas nas últimas décadas.
Entretanto, há algumas décadas, verificava-se uma situação injusta, em que o professor tinha todos os direitos e o aluno só tinha deveres e podia ser submetido aos mais variados vexames. Hoje em dia, observamos uma situação, outra vez injusta, em que o aluno pode permitir-se, com bastante impunidade, diversas agressões verbais, físicas e psicológicas aos professores ou a colegas, sem que na prática funcionem os mecanismos de arbitragem teoricamente existentes.
Todavia, as relações nas escolas mudaram, tornando-se, cada vez mais conflituosas. Será que muitos professores não souberam encontrar novos modelos, mais justos e participados, de convivência e de disciplina? Será que se deve abaixar-se e aceitar os novos rituais de cacholeta em nome da tolerância e da perseverança? Ou será que quando se pensou nos Direitos dos alunos alguém se esqueceu dos seus Deveres?
Na verdade, o problema da violência nas escolas é minoritário e isolado, constituindo um simples reflexo do ambiente social dos bairros degradados ou das grandes cidades, pensam alguns. Como que deixando transparecer o seguinte: “é melhor ter um grupo de thugs numa escola a ‘auto’-educar/ a educar os outros do que deixá-los nas ruas a assaltarem as pessoas”. A verdade é que podemos, até, estar a ter autênticos “depósitos de thugismo” nas escolas pensando e resolvendo, apenas, os frutos da violência esquecendo-se do principal: a raiz do