Professora

1311 palavras 6 páginas
Mas, como já disse, nos encontramos frente a um fenômeno novo, o maquinismo; os meios para se construir uma casa à escala humana estão totalmente mudados, prodigiosamente enriquecidos, opostos aos costumes, até o ponto em que nada do que nos chegou do passado é de alguma utilidade e uma estética nova está se experimentando. Estamos no começo de uma nova forma: é ela o que vamos tentar expressar.
O antropocentrismo, ou seja, o novo contato com a escala humana, é, em uma palavra, brutal; estudar portas, estudar janelas; a casa é uma caixa na qual abrem-se portas e janelas; portas e janelas são elementos da arquitetura. Chegou-se a construir edifícios com portas de 12 e de 3 metros de altura – são tão inadequadas umas quanto outras; relaxaram-se as medidas legais, criou-se pouco a pouco um código de medidas arbitrárias, enquanto conservamos imutável nosso tamanho de 1,80m. Há que se fazer, pois, uma revisão das medidas, uma revisão dos elementos da arquitetura.
Acabo de afirmar que portas e janelas são determinantes da arquitetura – não é um paradoxo e podemos comprová-lo estudando a história da janela.
Nos tempos dos romanos, as casas de Pompéia nos mostram que não havia, ou quase, janelas, somente grandes vãos abertos a jardins ou a pátios internos. O grande vão era a passagem de luz e, para a passagem do homem, havia também a porta.
Nos nossos países, o clima e um conceito diferente da vida doméstica reclamavam outra coisa; mas fazer um buraco em um muro era de uma grande dificuldade: era preciso construir sobre este buraco, salvar a abertura; como o arco não podia ser muito grande, as janelas eram pequenas.
Com o descobrimento do arco ogival e dos sistemas de arcobotante, realizou-se mais tarde a janela gótica, que permitiu ganhar largura, como se vê nas catedrais; mas, na casa, ficava impossível superar determinada largura porque seria necessário elevar demais o arco – os pés-direitos acabariam desmedidos. Assim as janelas continuaram pequenas, porém

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