A "sociedade do espetáculo" e o facebook
Ontem a noite voltava de um encontro com ex-colegas de faculdade e decidi pedir um hambúrguer para garantir a janta da noite. Enquanto esperava pela refeição olhava para uma fogueira (de verdade) e comecei a me perguntar por que não se fez até hoje um trabalho (ao menos que eu saiba) analisando o Facebook sob o ponto de vista histórico/social/filosófico.
Em seguida, ciente que não estou em condição de realizar nenhum estudo profundo a respeito de nada me dei conta que seria possível iniciar o debate sobre o tema fazendo o seguinte truque: pegar trechos do livro “A sociedade do espetáculo” de Guy Debord e trocar a palavra “ESPETÁCULO” pelo termo “FACEBOOK”.
Àqueles que ainda não leram este livro, não tentem recolocar a palavra “espetáculo” nos trechos a onde ela foi substituída, pois o conceito do termo usado pelo autor é um pouco profundo e nem um pouco “auto-evidente”.
A seguir os resultados.
- O facebook apresenta-se ao mesmo tempo como a própria sociedade, como parte da sociedade e como instrumento de unificação. Como parte da sociedade, ele é expressamente o setor que concentra todo o olhar e toda a consciência. Pelo fato de este setor estar separado, ele é o lugar do olhar iludido e da falsa consciência; a unificação que realiza é tão-somente a linguagem oficial da separação generalizada.
-O facebook não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediadas por imagens.
-Não é possível fazer uma oposição abstrata entre o facebook e a atividade social efetiva: esse desdobramento também é desdobrado. O facebook que inverte o real é efetivamente um produto. Ao mesmo tempo, a realidade vivida é materialmente invadida pela contemplação do facebook (...) a realidade surge no facebook, e o facebook é real. Essa alienação recíproca é a essência e a base da sociedade existente.
-Considerando (...) o facebook é a afirmação da aparência e a afirmação de toda a