professor
São mulheres e crianças (com telencéfalo desenvolvido e polegar opositor) que, num tempo determinado de cinco minutos, garantem, na sobra dos porcos, sua alimentação diária. Situação esta em que o Estado não se mostra atuante no cuidado com as condições básicas de vida - condições materiais necessárias à subsistência, relacionadas à nutrição, à habitação, ao saneamento básico e às condições do meio ambiente. Colocando os habitantes de Ilha das Flores numa escala inferior a dos porcos que, ao contrário, possuem donos atuantes. E como deveria ser essa atuação do Estado?
Ao longo da história, foram desenvolvidos modelos de Estado e, dentre esses, destaca-se o “Welfare State”. Tal modelo afirma que é de responsabilidade estatal, uma proteção social mínima, em níveis básicos de renda, e estes devem ser vistos como direito e não como caridade (Marshall: 1965). O Brasil tem tentado aplicado o modelo de Welfare State, visível através de políticas públicas como o Bolsa Família e o Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, talvez pela corrupção, pela má organização ou má gestão do governo, talvez pela falta de participação da população ou até mesmo pelo fato do Brasil ainda ser um país jovem, situações como as de Ilha das Flores existiam há 20 anos (quando foi feito o curta) e ainda existem hoje.
“O ser humano é diferenciado dos outros animais por ter telencéfalo, polegar opositor e por ser livre!” – a meu ver essa é a frase mais forte do filme. Que com mudanças (políticas, sociais ou a partir de nós mesmos) todos possam ser seres humanos de verdade, que possam ter liberdade. Maria Augusta C. T. de