PROFESSOR
Fixar, comunicar e transmitir a experiência humana através da representação só foi possível graças à linguagem articulada, pela qual se verifica o processo de humanização, em contraposição a um estágio anterior, em que possivelmente existiria uma manifestação através de complexos indiferenciados de sons relacionados a experiências concretas.
Convém explicitar o sentido em que aqui se emprega o termo articulação. Se bem que articulação signifique, também, em lingüística, o ato de produzir os sons da fala através do aparelho fonador, o termo, dentro do contexto das duas articulações, significa a combinação de unidades discretas para formar o enunciado. O processo de articulação implica, pois, no processo da identificação das unidades (divisibilidade), possível porque o homem percebe diferenças portadoras de significação. Convém esclarecer que o que fisicamente é um contínuo (as propriedades acústicas do som) ou mesmo psiquicamente (a massa de pensamento que precede a formalização através do signo lingüístico), se estrutura em unidades discretas, mercê da solidariedade entre significado e significante.
“Articulado” significa “constituído de partes”. Referido às línguas naturais, o vocábulo “articulação” alude à possibilidade de um enunciado ser dividido nas partes que o constituem.
Morfemas ou unidades da 1ª articulação
Para dividir um enunciado nas partes mínimas que o constituem, utiliza-se o procedimento da análise.
Uma frase qualquer, como
1. Chamei os decoradores
apresenta um certo número de formas que podem ser encontradas em variados contextos, para comunicar tipos variados de experiência:
2. Não os chamei 3. Nós nos chamávamos e nos chamamos, ainda, pintores 4. Estudaram para ser decoradores 5. O decorador nos ajudou a arranjar a casa, etc.
Se compararmos as frases de 2 a 5, verificamos que as frases novas que produzimos são construídas a partir da utilização de palavras que já haviam aparecido na