Produção
Sáb, 14 de Agosto de 2010 15:00 Rafael Sabbagh
O Sistema Toyota de Produção (STP) foi criado nos anos 1950 pela Toyota Motor Corporation. A empresa, que iniciou suas atividades no Japão do final dos anos 1930, estabeleceu a ambiciosa missão de reformular seu sistema de produção para alcançar e eventualmente superar as gigantes estadunidenses Ford e General Electric (GE). Essas empresas dominavam o mercado mundial utilizando a produção em massa e economias de escala, fabricando assim automóveis da forma mais barata possível. Esse sistema era adequado à produção de uma larga quantidade de veículos de um número limitado de modelos.
No entanto, a Toyota encontrava-se inserida no cenário japonês seguinte à Segunda Guerra Mundial, em que a economia fora devastada pela guerra e o mercado interno era muito limitado. Além disso, a empresa possuía poucos recursos e capital e as demandas dos consumidores eram baixas demais para justificar cada linha de montagem inteiramente dedicada a um único modelo. Assim, para se tornar competitiva, a empresa deveria produzir pequenos volumes de diferentes modelos, utilizando a mesma linha de montagem, o que deveria ser feito com alta qualidade e utilizando recursos limitados, de forma que os desperdícios deveriam ser eliminados. Foi nesse contexto que a empresa criou o STP e se tornou com ele o que é hoje, uma das maiores companhias automobilísticas do mundo (LIKER, 2003; WOMACK ET AL., 1992).
Em linhas gerais, o STP foi estabelecido sobre dois conceitos básicos de produção física: o jidoka e o just-in-time (JIT). No jidoka, que significa “automação com um toque humano” em japonês, as máquinas funcionam automaticamente, mas devem ser paralisadas imediatamente sempre que se comete algum erro ou há qualquer problema, de forma que peças defeituosas não sigam adiante na linha. Dessa forma, evita-se a geração de produtos defeituosos no final da linha. O jidoka faz com que a qualidade esteja embutida