Produ o de Texto A Rela o entre o P blico e o Privado
Curso Ciências Sociais - Disciplina História Contemporânea
2º Período
Considerações sobre a Relação entre o Público e o Privado
Maurício Alexandre | André Bueno | César Castelar Queiroz
Curitiba - 2013
INTRODUÇÃO
Problematizamos aqui a seguinte questão: se o bem-comum se constrói através dos bens particulares, e se estes devem ser a expressão daquilo que é bom para todos. A partir daí nos colocamos diante da relação entre duas concepções, comumente reconhecidas no âmbito do Estado pelos termos público e privado. Mais especificamente, o esforço aqui empreendido visa desvendar como essas categorias da vida social estão posicionadas num regime democrático, e em que medida a sociedade brasileira tem nesse regime a sua expressão.
Por democracia queremos nos referir, primariamente, às colocações feitas por Haroche (2004) à respeito da importância da espontaneidade e da capacidade de iniciativa do indivíduo nesse regime. Numa democracia assim concebida, a liberdade deve se manifestar não somente nas instituições mas também nos modos de comportamento e mesmo nas maneiras de perceber e experimentar sentimentos, adentrando o espaço da própria subjetividade que o indivíduo carrega consigo. Essa liberdade, todavia, não deve ser confundida com impulsividade ou atividades compulsivas, que caracterizam atos que são mediados apenas pelas sensações e pulsões e que, por isso mesmo, suprimem a própria possibilidade de reflexão. O indivíduo, neste estado, é lançado numa situação de impotência onde, distanciado de si (ou de sua consciência) passa a existir sob a determinação de um movimento constante, sem a possibilidade da construção de vínculos que permitam a manutenção da sua própria integridade psíquica.
Assim, sabendo que a preservação do espaço interior e subjetivo da pessoa é vital, e que este não anula