Problematização do texto "Comemorar"

"Ordenação contínua de autoridades que estabelece os níveis de poder e importância, de forma que a posição inferior é sempre subordinada às posições superiores". Este período nada mais é do que uma acepção de hierarquia, termo que, naturalmente, se desenvolve pelo cultivo da desigualdade social. Estes dois conceitos -hierarquia e desigualdade social- estão representados, podendo ser relacionados, nos dois textos lidos, "Modernização da administração pública brasileira nos últimos 40 anos" e "Comemorar?".
Ambos os textos salientam que, mesmo nos dias contemporâneos, a sociedade brasileira se estrutura hierarquicamente. No excerto de Paulo Roberto Motta, é possível notar que, atualmente, há indivíduos no poder que fazem o uso do personalismo -visão particular das coisas de um ponto de vista muito pessoal; estes indivíduos são os conhecidos "grupos tradicionais", os quais buscam recursos públicos para garantir seus próprios interesses. Se estes grupos visam atender apenas seus interesses, com algumas raras exceções, e são geralmente conhecidos no meio político, por que, então, não são devidamente denunciados e julgados? Visto que eles atendem às necessidades de apenas uma classe da sociedade, de onde e como eles tiram "fôlego" para alçar ao poder? Já no texto de Marilena Chauí, a mesma diz que na maioria das vezes os governantes e dominantes mantém com os cidadãos relações pessoais de favor e clientela e praticam a corrupção sobre os fundos públicos, reforçando, assim, a tese de que a sociedade brasileira até hoje é vista como uma hierarquia verticalizada em todos os aspectos. Visto que o Brasil é um país de mais de 500 anos, e durante muitos deles o Estado atuou de forma hierárquica, é possível dizer que este sistema é um sistema cíclico, ou seja, dependente do estilo de cada governante?
Outro ponto em comum entre os dois textos é o fato de ambos tratarem a respeito da desigualdade social, conceito do qual ainda está muito presente e visível na sociedade brasileira.