PROBLEMAS ÉTICOS LEGAIS NA PEDIATRIA
Em uma análise da literatura em 2008 foi destacado um número significativo de dilemas éticos vivenciados por enfermeiros brasileiros, revelando que os enfermeiros brasileiros ficam angustiados com sua luta para proteger os direitos de seus pacientes. Em particular, os enfermeiros são confrontados com situações em que sentem que há um desrespeito com a autonomia dos pacientes, com o fornecimento insuficiente de informações para os pacientes e suas famílias. Enfermeiros brasileiros enfrentam condições difíceis de trabalho e desafios significativos em se comunicar e se relacionar com os médicos. Estes problemas resultam em relações assimétricas, que os enfermeiros brasileiros acreditam que contribuem para a falta de humanização dos cuidados de enfermagem. Como é de se imaginar, estes problemas são particularmente difíceis no contexto da pediatria, onde os pacientes geralmente são incapazes de expressar de forma adequada suas necessidades. No entanto, muito pouca literatura tem avaliado os desafios éticos enfrentados por enfermeiros pediatras.
O objetivo principal deste artigo é revisar aspetos éticos relacionados aos cuidados de enfermagem às crianças e suas famílias. A literatura e os padrões éticos revisados foram embasados principalmente do meu domínio de pratica América do Norte. Isso proporcionará aos enfermeiros brasileiros uma oportunidade para refletir sobre os méritos e limitações de levar em consideração a experiência norte-americana, e ampliar a discussão sobre futuras direções para o desenvolvimento da ética em enfermagem pediátrica no Brasil. No momento, estou colaborando com vários pesquisadores brasileiros para analisar atuais normas éticas e legais em pediatria no Brasil.
Esta equipe inclui: Franco Carnevale (investigador principal), McGill University, Montreal, Canadá; Eneida Simoes Fonseca, Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Ivone Evangelista Cabral, Universidade Federal do Rio de Janeiro; Anelise Espirito Santo, McGill University,