Problemas do sistema de saúde

O Brasil é um dos países do mundo com desigualdades socioeconômicas mais destacadas. Em anos recentes, o crescimento da economia elevou a renda média em todos os estratos da população, mas a distribuição desigual fez aumentar as diferenças preexistentes. Com o sistema de saúde não é diferente. As políticas de redução do Estado, as privatizações e o novo papel desempenhado pelo mercado como provedor das necessidades de saúde foram a pedra de toque para as dificuldades, além da forma adotada de priorização da atenção básica, não levando em conta as desigualdades regionais tanto em relação à rede física instalada como as necessidades de saúde, dificulta a equidade no setor (NOGUEIRA E MIOTO, 2006). Ainda persistem índices preocupantes quanto às diferenças entre o norte e o sul do país. As iniciativas dos governos federais não têm apontado para uma política de saúde integrada às demais políticas sociais e econômicas que - ao lado de práticas de atenção e compromisso dos gestores, como seria necessário, conforme apontam Campos, Barros e Castro (2004) - garantiriam os pressupostos da reforma pretendida pelo movimento sanitário. Equidade é certamente o conceito mais abrangente e que pode ser considerado síntese do conjunto das formulações que embasam o corpo doutrinário do SUS. Da lógica de financiamento, às modalidades de pagamento, incluindo os padrões de eficiência, eficácia e efetividade, todos devem estar ajustados, considerando a equidade. Nesse sentido a equidade é o grande desafio para a gestão, esta também assumida na

abrangência da busca de satisfação das necessidades sociais. O que se espera é que as políticas e práticas de saúde contribuam para a redução das desigualdades sociais no país e não aumente como acontece atualmente. (PAIN e TEIXEIRA, 2006; RIVERA e ARTMANN, 1999). A mudança e redefinição das funções e competências dos diversos níveis e órgãos do governo deixa uma zona de incerteza e a possibilidade de repassar responsabilidades. Os processos de